O feriado de carnaval é o
mais esperado do ano. Nele a festa é liberada, muita bebida e bagunça....é quase
inevitável que os excessos aconteçam!! O que fazer neste caso? É possível amenizar os efeitos tóxicos do álcool
com alguns truques na alimentação!
Aqui, é importante entender
como o consumo de álcool acaba sobrecarregando o nosso organismo e porque o seu
excesso causa tantos danos - a famosa ressaca. O principal componente do álcool
é a molécula de etanol. Assim que se ingere um gole de bebida alcoólica uma pequena
parte dessas moléculas caem na corrente sanguínea pela mucosa da boca. A bebida
ainda passa pelo esôfago e chega ao estômago. Assim que deixa o estômago,
apenas 25% do etanol entrou no sangue.
O fígado é o órgão responsável
pela desintoxicação do nosso organismo. Com a ingestão de bebidas alcóolicas,
90% das moléculas de etanol são metabolizadas neste órgão com a intenção de
facilitar a sua eliminação. A capacidade do fígado em processar as moléculas de
etanol e elimina-las sem danos ao organismo é o equivalente de uma lata de
cerveja por hora. Acima disto, o álcool começa a causar efeitos colaterais devido
a intoxicação causada pelas moléculas de etanol no organismo. Ou seja, quanto
maior a quantidade de bebida alcóolica consumida, maior a intoxicação e maiores
os efeitos colaterais.
A melhor maneira de evitar
a ressaca do dia seguinte é lembrar que ela existe antes de beber.
Como a alimentação pode
influenciar de maneira positiva neste processo? O tempo que as moléculas de
etanol levam para se espalhar pelo corpo (citado acima entre 15 e 60 minutos)
depende da quantidade de comida que temos no estômago. Ou seja, a primeira dica
para evitar os efeitos colaterais do álcool é jamais beber sem se alimentar
antes, uma vez que a falta de nutrientes no sistema digestivo potencializa a
intoxicação. Uma refeição contendo carboidratos – arroz, massas, batata ou pão –
é muito bem vinda antes de começar o consumo de bebidas alcóolicas.
A segunda dica é intercalar
o consumo de bebidas alcóolicas com água, assim prolongamos o tempo de
desintoxicação do fígado sem sobrecarrega-lo.
E se nada disso deu certo,
ainda podemos usar alguns truques na alimentação do dia seguinte para ajudar o
processo de desintoxicação do nosso organismo após uma noite de muita diversão:
- Beba água – a água ajuda a repor o liquido perdido e também auxilia na limpeza do organismo, forçando as toxinas a irem embora pela urina. O ideal e beber o dobro de água de quanto se consumiu de bebida alcoólica nas ultimas horas, ou seja, se você tomou duas latinhas de cerveja o recomendado e ingerir pelo menos 700ml de água. Água de coco também vale!
- Invista em frutas frescas – por serem ricas em vitaminas e sais minerais, auxiliam na regulação do funcionamento do fígado e dos rins, principais órgãos envolvidos na desintoxicação.
- Tenha
uma alimentação leve – evite carne vermelha, embutidos e frituras. Estes
alimentos tem a digestão difícil e podem afetar o funcionamento do fígado.
Como
dito no início do post, estas dicas ajudam apenas a amenizar os danos do álcool
no organismo. O consumo elevado de bebidas alcóolicas com frequência pode levar
a doenças graves no fígado, como por exemplo a cirrose hepática. Nesta doença,
as células do fígado tornam-se fibrosas e param de funcionar comprometendo a
função deste órgão e todos os processos de desintoxicação do organismo, o que
pode levar a morte.
A
moderação é sempre a melhor opção! Seja no feriado de Carnaval ou em outros
eventos sociais que fazem parte do cotidiano, como festas ou um happy hour com
os amigos em um barzinho. Manter uma alimentação equilibrada e um estilo de
vida saudável ajuda o organismo a viver em harmonia, o que também facilita a
desintoxicação em um episódio isolado de abuso de álcool.
Pense
nisso e aproveite o Carnaval sem comprometer a dieta!!!
CURIOSIDADES:
O EFEITO DO ÁLCOOL NOS ÓRGÃOS
CÉREBRO
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Quando o etanol carregado pelo sangue chega ao
cérebro, ele estimula os neurônios a liberar uma quantidade extra de
serotonina. Esse neurotransmissor - substância que leva mensagens entre as
células - serve para regular o prazer, o humor e a ansiedade. Por isso, um
dos primeiros efeitos do álcool é deixar a pessoa desinibida e eufórica. Se a
pessoa segue bebendo, outros dois neurotransmissores são afetados. O etanol
inibe a liberação do glutamato, que por sua vez regula o GABA. Sem o controle
do glutamato, mais GABA é liberado no cérebro. Como esse neurotransmissor faz
os neurônios trabalhar menos, a pessoa perde desde a coordenação até o
autocontrole.
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ESTÔMAGO - O etanol das bebidas irrita a mucosa do estômago,
dificultando a digestão e aumentando a produção de ácido gástrico no órgão.
Isso gera uma sensação de enjôo e mal-estar podendo levar ao vômito. O vômito
funciona como um mecanismo de autodefesa, comandado pelo cérebro, contra a ação
agressiva do álcool no estômago. A pessoa se sente mais aliviada após vomitar
porque termina a irritação da mucosa pelas moléculas do etanol.
RINS – Quem bebe sente mais vontade de fazer xixi. Isso acontece não
apenas porque a pessoa bebeu muita quantidade de líquidos. O etanol age na
hipófise, uma glândula do cérebro, inibindo um dos hormônios que regulam a
absorção de água pelos rins. Com menos líquido absorvido, mais urina é
eliminada.
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A QUANTIDADE DE ÁLCOOL NO
SANGUE E SEUS EFEITOS NO CORPO
QUANTIDADE DE ÁLCOOL NO SANGUE
(mg/dl)
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EFEITOS NO CORPO
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30
mg/dl
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Sensação
de euforia e excitação – início da ação do álcool no cérebro
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50mg/dl
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Redução
da coordenação motora e alteração de humor
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100mg/dl
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Diminuição
da concentração, piora dos reflexos e perda do equilíbrio
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200mg/dl
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Náuseas
e vômitos – início da ação do álcool no estômago
Fala
arrastada e visão dupla
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300mg/dl
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Sensação
de anestesia, lapsos de memória e sonolência
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400mg/dl
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Insuficiência
respiratória e coma
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